Reciclando fezes - Bason, uma ótima alternativa para saneamento ambiental.

Postado por Recycling'n Art às 12:02



O bason, também conhecido como sanitário seco, sanitário compostável, ‘composting toilet’ e fossa seca, é um sanitário que utiliza a forma de compostagem para dar ”fim” aos dejetos, eliminando a necessidade de água.

Um dos principais benefícios dessa tecnologia é que ele não contamina a água e nem o solo e não desperdiça a água potável.O sanitário seco também contribui para a transformação de dejetos em adubo orgânico e húmus.

Se baseia em uma nova forma da antiga prática de gestão de dejetos sem utilização de água e, portanto, sem esgotos.

Sistema escolhido:


Hoje em dia existe uma série de soluções disponíveis, inclusive tão compactas que cabem inteiramente dentro de casa. Porén, como preferimos as soluções mais simples e de fácil manutenção, vamos expor aqui o modelo construído no sítio SeteLombas.
Este sistema se adequa melhor para construção separada da casa. Mas em casas com dois pisos ou com uma declividade natural do terreno próximo a casa, pode ser contruído colado à casa, que além de economizar uma parede, dá acesso por dentro de casa. Já vi muitos modelos usando este sistema, basta usar a criatividade sem deixar de lado os critérios básicos de funcionamento.
Condições básicas para o funcionamento:
Depois de algumas construções e observações no uso diário, elegemos as seguintes condições para que este sistema funcione de maneira correta:
  1. Altura da câmara: esta medida se refere ao espaço para a bolsa de ar quente que deverá se formar na parte mais alta da câmara, encostada na parede de trás do sanitário. Se essa dimensão for insuficiente, o ar quente que sobe pela chapa preta e sai pela chaminé, tenderá a escapar para dentro do sanitário provocando um desconforto para o usuário (um arzinho quente subindo entre as pernas), além do odor.
  2. Dimensões: As medidas do sanitário são definidas pelo tamanho das câmaras, da inclinação da rampa e da noção de conforto para as pessoas que vão usá-lo. As câmaras devem ter cerca de 1 metro cúbico de espaço para o material a ser compostado. Portanto, a largura de uma câmara é aprox. 1 m, e o sanitário, como tem duas câmaras, terá 2 m de largura. Para a altura e largura do assento, altura da porta, do teto, etc. basta usar uma fita métrica em modelos convencionais. Nós preferimos repensar todas essas medidas tirando nossas próprias medidas: em pé, sentados, etc. e verificando quais dimensões do sanitário trariam mais conforto e comodidade para toda a família e visitantes.
  3. A rampa: inclinação mínima 45º. Para uma boa compostagem, é necessário que o material seja misturado, mas como neste caso é uma tarefa manual indesejável, a rampa possibilita que o produto fecal role envolto em serragem até o final da rampa. Portanto é impressíndível que a rampa seja lisa e que antes do primeiro uso a rampa seja coberta com serragem. Para a serragem parar na rampa pela primeira vez, basta molhar a rampa antes de colocar a serragem.
  4. Altura de queda até a rampa: aproximadamente 80 cm para provocar o início da rolagem.
  5. A chapa preta: provoca o aquecimento do ar das câmaras que entra pelo buraco do assento e sobe pela chaminé. Por isso da importância da chapa ficar (aqui no Brasil) voltada para a face norte (o lado que bate sol o dia todo). E sem barreiras para o sol, como árvores atrás do sanitário.
  6. A serragem: é o que permite, juntamente com o papel higiênico o processo de compostagem (fermentação) da mistura com as fezes, provocada por microorganismos. Uma inovação que fizemos foi incluir uma caixa para o depósito de serragem sob o assento com acesso por uma tampa com dobradiças entre as duas tampas das câmaras. Economiza espaço disponível dentro da casinha, pois dispensa o uso de tambores para isso e aumenta o volume depositado.
Após o uso de uma câmara por um período de 3 a 6 meses passa-se a usar a outra câmara. No final de cada período de repouso retira-se o composto da câmara e alterna-se novamente o uso das câmaras. Para evitar o uso da câmara no período de repouso, fizemos o buraco no assento apenas em uma tampa. Quando da troca da câmara em uso, basta desaparafusar as tampas e trocá-las.
Como usar:
  • Jogar na câmara uma medida de serragem após cada uso;
  • Não jogar dentro das câmaras materiais inorgânicos. Disponibilizar um lixeiro no sanitário para objetos como absorventes femininos, fraudas, etc.;
  • Os homens devem evitar fazer xixi (fazer no mato ou num coletor apropriado). Já as mulheres pelas dificuldades inerentes (de privacidade) ficam liberadas desta prática. Outra possibilidade é mudar o sistema para que a urina seja captada e não se misture ao composto, pois o excesso de urina vai prejudicar o processo de compostagem.
  • É bom colocar um cartaz na porta, pelo lado de dentro, destacando os bons hábitos de uso do sanitário, principalmente se for de uso público.
Como construir:
O ideal de uma construção ecológica é usar mais de uma técnica e tipo de material, adequando a disponibilidade com a nessidade de cada estrutura. Para o nosso sanitário utilizamos tijolos com argamassa para a construção das câmaras, madeira de eucalípto para o abrigo e bambú para os espaços de ventilação. O ideal seria uma construção totalmente ecológica, mas é melhor do jeito que fizemos do que continuar com sanitário convencional.







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